Brasil se prepara para liderar as grandes reuniões do G20 em meio aos desafios da guerra, desigualdade e mudanças climáticas.

A semana promete ser decisiva para as principais economias do mundo, com a realização das primeiras grandes reuniões do G20 sob a presidência do Brasil. Em um contexto de incertezas e fragmentação global, ocasionados pelas guerras na Europa, Oriente Médio e África, pelo aumento da desigualdade e pela aceleração dos eventos extremos provocados pela mudança climática, a liderança brasileira traz consigo uma responsabilidade histórica.

A presidência do G20 ocorre em um momento crucial, com a oportunidade de conduzir esse mundo conturbado para trilhas de desenvolvimento econômico global sustentável e justo. Entre os encontros dos chanceleres no Rio e a reunião de ministros das Finanças em São Paulo, destaca-se o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, que acontecerá nos dias 26 e 27, em uma iniciativa conjunta de diversos institutos e organizações, reunindo representantes nacionais e internacionais de governos, setor privado, sociedade civil e organismos multilaterais.

O foco do Fórum está no necessário investimento na transição ecológica, passando por soluções financeiras baseadas na natureza e incentivos à bioeconomia. Essa janela de oportunidade única para liderar pelo exemplo e se tornar uma economia desenvolvida verde tem potencial para alavancar recursos e pactuar uma transição justa e inclusiva.

Os desafios são significativos, com estimativas de investimentos da ordem de US$ 1 trilhão em dez anos para a execução do Plano de Transformação Ecológica, além da necessidade de US$ 2,4 trilhões para que países emergentes cumpram as metas climáticas do Acordo de Paris e deixem de vez o uso de combustíveis fósseis.

Em meio a esse cenário, o papel do Brasil é crucial, tendo em vista a urgência apontada por estudos que alertam para a iminência de quase metade da floresta amazônica chegar ao ponto de não retorno até 2050. A liderança do G20 traz a necessidade de criação de modelos econômicos compatíveis com a natureza, capazes de oferecer alternativas sustentáveis e valorizar os serviços ecossistêmicos fornecidos pelo planeta.

Nesse contexto, a aceitação da proposta brasileira de uma troika das presidências da COP28, COP29 e COP30, para aumentar a ambição climática, representa um marco nas negociações. A urgência do momento demanda ação imediata, buscando alternativas ecológicas e econômicas que garantam um futuro sustentável para as próximas gerações.

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