Segundo Amorim, o presidente Lula tem sido enfático na cobrança pela apresentação das atas eleitorais, ressaltando a importância da transparência e da publicação dos documentos pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. O assessor criticou a postura do Brasil no governo anterior que, juntamente com a União Europeia e os Estados Unidos, buscava isolar a Venezuela no cenário internacional.
Amorim enfatizou a defesa do atual governo brasileiro por uma saída negociada e pacífica para a situação na Venezuela, através do diálogo entre as partes envolvidas. O impasse político na Venezuela, com acusações de fraude eleitoral e a divulgação de supostas atas eleitorais pela oposição e governo venezuelano, tem gerado preocupação devido à possibilidade de intensificar a instabilidade em toda a América Latina.
Ao ser questionado pelos senadores em relação a uma possível imposição de prazo para apresentação das atas eleitorais, Amorim destacou que essa medida não seria produtiva, pois a experiência mostra que ultimatos raramente resultam em soluções eficazes. O assessor ressaltou a importância do equilíbrio entre os princípios constitucionais de defesa da democracia e a não ingerência nos assuntos internos de outros países.
Divergências surgiram entre os senadores em relação à postura do Brasil em relação ao governo Maduro, com alguns defendendo uma atitude mais dura, alinhada com os Estados Unidos, e outros apoiando a abordagem diplomática adotada pelo governo brasileiro. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, destacou o apoio da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, às intervenções do governo Lula, além do reconhecimento por parte do presidente dos EUA, Joe Biden, e do presidente francês, Emmanuel Macron. A situação na Venezuela continua sendo acompanhada de perto pela diplomacia brasileira, em busca de uma resolução pacífica e democrática para o impasse.