Brasil leva maior delegação da COP28 e pressiona governo em relação ao megaleilão de petróleo na Amazônia.

Brasil tem a maior delegação da COP28

A COP28, conferência do clima da ONU, está em destaque devido à participação brasileira, que conta com uma enorme delegação de 1377 nomes inscritos. Além de levar mensagens ao mundo, os brasileiros estão em Dubai para reforçar suas demandas junto ao governo nacional. Movimentos sociais, ONGs e representantes indígenas estão aproveitando a visibilidade internacional para pressionar a administração doméstica.

Uma carta aberta foi redigida e assinada por 127 organizações ambientais, movimentos sociais, associações indígenas e institutos de pesquisa, se posicionando de forma contrária ao megaleilão de 602 novas áreas de exploração de petróleo e gás, que inclui 21 blocos na bacia do rio Amazonas. Este leilão está previsto para acontecer logo após o término da COP, na próxima quarta-feira (13).

A discussão sobre as atividades petrolíferas no Brasil tem impacto direto no compromisso internacional de manter o aumento da temperatura global em 1,5°C, como estabelecido no Acordo de Paris. A atuação brasileira na COP28 visa convocar países a revisarem suas metas climáticas para que se alinhem a um teto de aquecimento global inferior ao estabelecido em Paris. As emissões resultantes da exploração de petróleo da margem equatorial são três vezes maiores do que a meta estabelecida pelo país para 2030.

Lideranças indígenas e quilombolas das regiões afetadas pela seca na Amazônia também marcaram presença para discutir os impactos do projeto energético do governo na região amazônica. O governador do Pará, Helder Barbalho, participou ativamente da COP28, anunciando compromissos e parcerias em temas como combate ao desmatamento e recuperação de pastagens degradadas.

Representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério de Minas e Energia se reuniram com a sociedade civil brasileira para responder às críticas sobre o projeto energético do governo. Foram apresentadas promessas de iniciar debates sobre a transição energética ao longo do próximo ano.

O anúncio da integração do Brasil à OPEP+ e o agendamento do leilão de petróleo para o dia 13 foram recebidos com questionamentos e críticas, levando representantes do MMA a explicar que o leilão é parte de um longo processo, iniciado no governo anterior, ainda sem resolução final.

Com a expectativa do Brasil assumir a presidência do G20 no próximo ano, a urgência diplomática para um planejamento energético eficiente se destaca. O país tem o desafio de conduzir um compromisso de transição energética entre as economias mais relevantes do mundo. Segundo uma avaliação conduzida por organizações internacionais, o Brasil deve evitar projetos que aumentem a dependência de combustíveis fósseis.

O estudo também recomenda que o Brasil lidere iniciativas de transição energética no G20, aproveitando o protagonismo para atrair parcerias e adoção de tecnologias verdes. A COP28 continua como um espaço crucial para a discussão sobre os rumos energéticos do Brasil e do mundo.

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