Entretanto, apesar das propostas apresentadas, o Brasil foi alvo de críticas e acabou recebendo o troféu Fóssil do Dia, entregue pela Climate Action Network (CAN), em virtude do anúncio da possível adesão do país à OPEP+ e da oferta de 603 novos blocos de petróleo em leilão, contrastando com a redução do desmatamento na Amazônia. O governo federal também apresentou oficialmente na COP o Plano de Transformação Ecológica, uma proposta de financiamento a países que preservem suas florestas e projetos de taxonomia sustentável e regulação do mercado de carbono, porém, a oferta de blocos de petróleo em leilão gerou controvérsias.
Além disso, o Brasil enfrenta desafios relacionados a subsídios federais aos produtores de petróleo, carvão mineral e gás natural, o que soma ainda mais preocupações em relação à transição para uma economia verde. O país, que sediará a COP30 daqui a dois anos, tem a oportunidade de liderar outros países na transição para uma economia verde e justa, porém, enfrenta grandes desafios e a necessidade de negociações difíceis para alavancar investimentos e adotar uma postura de responsabilidade, transparência e coerência.
O Global Tipping Points Report de 2023, divulgado durante a COP28, alertou para a iminência de pontos de inflexão que podem gerar o colapso do equilíbrio planetário, evidenciando a urgência de ações para mitigar os impactos das mudanças climáticas. A palavra do ano apurada pela Cause foi “mudanças climáticas”, escolhida por 37% dos entrevistados em sua pesquisa anual, mostrando que a população está atenta e preocupa-se com o tema.
Portanto, o Brasil tem um curto espaço de tempo até a realização da COP30 para dar um salto em direção a uma economia verde e justa, mas para isso, será necessário enfrentar desafios e comprometer-se com a transparência e a responsabilidade, visando atender às exigências do mundo em relação ao desenvolvimento sustentável.
