Os presidentes da COP28, realizada em 2023, nos Emirados Árabes Unidos, e os futuros anfitriões da conferência, Azerbaijão e Brasil, anunciaram uma aliança inédita para fortalecer a cooperação e a continuidade das negociações climáticas da ONU. Os 198 países signatários do acordo final da COP28, assinado em dezembro em Dubai, apoiaram as três presidências para que trabalhem em conjunto em um “roteiro” para conter o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, a meta mais ambiciosa definida pelo Acordo de Paris, de 2015.
O presidente da COP dos Emirados Árabes, Sultan al-Jaber, afirmou que a “troica de presidências da COP” deve “garantir a colaboração e a continuidade necessárias para manter a estrela polar de 1,5°C no horizonte de Baku a Belém e mais além”.
A capital do Azerbaijão sediará a COP29 em novembro deste ano, enquanto a capital do estado do Pará, na Amazônia, receberá a COP30 em 2025. Os atuais compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa colocam o mundo no caminho para aumentar entre 2,5°C e 2,9°C neste século, de acordo com cálculos da ONU. No entanto, o limite de 1,5°C pode ser alcançado entre 2030 a 2035, de acordo com as últimas estimativas do painel de especialistas climáticos da ONU (IPCC).
Os cientistas alertam que cada décimo de grau adicional intensifica e multiplica eventos climáticos extremos. A aliança de países, segundo o acordo final da COP28, deve “fortalecer significativamente a cooperação internacional e o ambiente internacional favorável para impulsionar a ambição no próximo ciclo de contribuições determinadas a nível nacional”.
O financiamento para os países em desenvolvimento é visto como um grande obstáculo nas negociações climáticas da COP. A eliminação progressiva dos combustíveis fósseis foi incluída no acordo da COP28, mas não houve avanços no desbloqueio de financiamento para os países em desenvolvimento. A questão será tema central da COP29, em Baku, que deve estabelecer um novo objetivo na ajuda financeira climática fornecida pelos países desenvolvidos.
As nações ricas já estão atrasadas na promessa inicial de financiar a luta contra a mudança climática com cerca de US$ 100 bilhões anuais. O valor, no entanto, é insuficiente: de agora até 2030, os países em desenvolvimento, excluindo a China, precisarão de cerca de US$ 2,4 trilhões anualmente, segundo estimativas de especialistas da ONU. O presidente da COP29 no Azerbaijão, Mukhtar Babayev, destacou a importância de estabelecer uma nova meta de financiamento que reflita a magnitude e a urgência do desafio climático.
Dessa forma, a cooperação internacional e o financiamento dos países em desenvolvimento são elementos essenciais para garantir o sucesso das metas estabelecidas durante a COP28 e para conter o aquecimento global dentro dos limites estabelecidos no Acordo de Paris. A aliança entre Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil representa um esforço conjunto para fortalecer a cooperação e a continuidade das negociações climáticas, visando atingir a meta mais ambiciosa de conter o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Essa aliança inédita é um marco importante na luta contra as mudanças climáticas e demonstra o comprometimento desses países em contribuir para um futuro mais sustentável e resiliente. Espera-se que essa cooperação em nível internacional e os esforços de financiamento para os países em desenvolvimento sejam fundamentais para alcançar as metas estabelecidas durante as conferências climáticas da ONU.