A retirada da bandeira brasileira da embaixada argentina em Caracas foi tratada como um episódio previsível e sem grande relevância pelos funcionários do Itamaraty. Isso porque a bandeira havia sido hasteada por um argentino antes de deixar o país, não sendo uma iniciativa do Brasil.
O Itamaraty comunicou oficialmente às autoridades venezuelanas sobre a assunção da representação diplomática argentina pelo Brasil. Além disso, o governo brasileiro fez questão de ressaltar a importância de respeitar as imunidades da Convenção de Viena que protegem o território argentino na embaixada.
Apesar das críticas internacionais ao processo eleitoral na Venezuela, o governo brasileiro mantém o diálogo com o regime de Maduro. A oposição no país denuncia fraudes e reivindica a vitória nas eleições, mas Maduro ainda não se pronunciou sobre a divulgação das atas com os registros de votos solicitada por Brasil, Colômbia e México em um comunicado conjunto.
Além de assumir a representação da Argentina, o Brasil também ficou encarregado momentaneamente da representação do Peru, cujos diplomatas foram expulsos pelo regime venezuelano. No entanto, o governo brasileiro não assumirá a segurança privada do edifício nem o atendimento às necessidades dos venezuelanos asilados na embaixada.
Diante desse cenário tenso, a decisão brasileira parece ser uma tentativa de evitar conflitos com o regime de Maduro. Segundo autoridades brasileiras, a segurança das pessoas que estão residindo na embaixada é mais importante do que a bandeira hasteada.
Essa ação do Brasil ocorre em meio a declarações polêmicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que minimizou as irregularidades no processo eleitoral venezuelano. O governo brasileiro, juntamente com Colômbia e México, pede transparência e divulgação dos dados eleitorais na Venezuela.
Portanto, a atuação do Brasil nesse contexto delicado evidencia a busca pela manutenção do diálogo e pela preservação dos interesses dos cidadãos e da segurança nas representações diplomáticas na Venezuela.