O banco categorizou a atitude da Americanas de “chicana”, um termo jurídico que se refere a abusos processuais. Segundo o documento, a empresa está tentando interferir no processo de produção antecipada de provas relacionadas ao escândalo contábil de R$ 20 bilhões, que foi revelado em janeiro e levou a Americanas a entrar com um pedido de recuperação judicial com uma dívida de mais de R$ 40 bilhões.
Na terça-feira (12), a Americanas questionou a imparcialidade da consultoria Kroll, responsável por realizar a perícia nos computadores do caso. A varejista alegou que a Kroll e o escritório Warde Advogados, que representa o banco, estão envolvidos em um conflito entre Kabum, Itaú BBA e Magalu.
A Americanas também afirmou que a Kroll foi contratada por credores da empresa para fornecer consultoria durante a recuperação judicial. No entanto, o Bradesco refutou essa afirmação e disse que é uma tentativa da varejista de tumultuar e suspender as investigações.
De acordo com o banco, o questionamento da Americanas ocorreu tarde demais, já que a Kroll foi nomeada no processo movido pelo Bradesco em janeiro. O banco também destacou que já era de conhecimento público que a consultoria havia sido contratada anteriormente pela Kabum.
Em relação às datas, o Bradesco alega que quando o escritório Warde Advogados foi contratado pelos fundadores da Kabum, o laudo elaborado pela Kroll já estava pronto há meses.
Quanto à acusação de que a Kroll teria sido contratada por credores da Americanas, o banco afirmou desconhecer essa informação.
A Americanas não se manifestou quando procurada pela reportagem.
Essas são as principais informações apresentadas pelo Bradesco à Justiça de São Paulo em relação à ação movida contra a Americanas. A disputa judicial envolvendo a fraude contábil de R$ 20 bilhões ainda está em andamento e novos desdobramentos serão acompanhados de perto.