A iniciativa da prefeitura de Pas-de-Calais tem como objetivo impedir que os barcos-táxi utilizados pelos coiotes passem pelo rio Canches e cheguem até a praia, onde embarcam os migrantes. Segundo a prefeitura, os coiotes têm utilizado essa rota como alternativa para evitar a vigilância reforçada das autoridades.
A investigação inicial do caso foi aberta no sábado pelo escritório do porto de Boulogne-sur-Mer, mas posteriormente foi transferida para Paris. No naufrágio do barco que levava um total de 66 pessoas, sendo a maioria afegãs e alguns sudaneses, seis afegãos perderam a vida. As guardas costeiras britânica e francesa conseguiram resgatar 59 pessoas, porém o número de mortos ainda é provisório.
O Canal da Mancha é uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, mas também uma das mais perigosas. As correntes fortes são comuns nessa região, o que torna a travessia arriscada. Cerca de 1.000 migrantes estão na costa norte da França aguardando a oportunidade de atravessar para a Grã-Bretanha. Desde 2018, mais de 100.000 migrantes já fizeram a travessia em pequenos barcos da França para o sudeste da Inglaterra, de acordo com dados oficiais.
As autoridades francesas têm intensificado as patrulhas e adotado medidas de dissuasão para combater as travessias ilegais pelo Canal da Mancha desde que a Grã-Bretanha concordou em enviar ajuda financeira para Paris. Essa questão migratória tem colocado pressão sobre o governo do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, especialmente antes das eleições gerais previstas para o próximo ano. No ano passado, um número recorde de 45.000 migrantes realizaram a travessia.