Biden reage a Trump, chamando seus comentários sobre a defesa da Otan de “perigosos” e “antiamericanos” em comício de campanha.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez duras críticas aos comentários do ex-presidente Donald Trump, questionando o compromisso dos EUA de defender seus aliados da Otan contra ataques russos. Biden classificou tais afirmações como “perigosas” e “antiamericanas”, levantando temores sobre o futuro da aliança militar em uma possível administração Trump no ano que vem.

Durante um comício de campanha no último sábado, Trump afirmou que permitiria que a Rússia atacasse aliados da Otan que não cumprissem a exigência de pagar 2% do PIB para o setor de defesa, conforme estabelece o estatuto da aliança militar. Em resposta, Biden afirmou que “quando os EUA dão sua palavra, isso significa algo”.

A Otan possui regras claras de defesa mútua no Artigo 5, que estabelece que um ataque armado contra um ou mais de seus membros será considerado um ataque contra todos. As declarações de Trump, no entanto, colocam em dúvida o compromisso dos Estados Unidos com essa defesa coletiva, o que levantou preocupações entre os aliados da América do Norte.

Desde a invasão russa na Ucrânia em 2022, a Finlândia aderiu à Otan e a Suécia deve seguir o mesmo caminho. A aliança foi crucial no apoio às necessidades militares de Kiev durante o conflito de quase dois anos.

Os aliados da Otan concordaram em 2014, após a anexação da Península da Crimeia pela Rússia, em aumentar os gastos com defesa para 2% do PIB até 2024. No entanto, vale ressaltar que essa meta não é um requisito para os membros da aliança.

Em comunicado, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, reiterou a importância da defesa mútua, criticando qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente. “Isso mina toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca os soldados americanos e europeus em risco”, afirmou Stoltenberg.

As declarações de Trump têm gerado tensão entre os aliados da Otan e levantam questões sobre os rumos da política externa dos Estados Unidos em relação à aliança militar. O tema promete permanecer em destaque nos debates políticos e diplomáticos nos próximos meses.

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