De acordo com a comissária nacional para as drogas, Ine Van Wymersch, as drogas mais comuns na Bélgica são cocaína, cannabis, crack e heroína, sendo preparadas tanto para consumo interno quanto para exportação para o resto da Europa. Ela destaca a presença de clãs albaneses com ligações italianas e francesas, assim como clãs marroquinos que são mais focados na cannabis.
A violência ligada ao narcotráfico tem se intensificado na Bélgica, e os traficantes muitas vezes recorrem a armas de guerra, como fuzis Kalachnikov AK-47 ou M16. O diretor da Polícia Judiciária Federal de Bruxelas, Eric Jacobs, afirma que as gangues de traficantes disputam territórios valiosos na cidade, já que isso representa uma maneira de ganhar muito dinheiro.
A Antuérpia, cidade portuária no norte da Bélgica, é considerada uma das principais portas de entrada de drogas na Europa. Com um porto imenso, do tamanho da cidade de Paris, é difícil de monitorar, oferecendo muitas vantagens aos traficantes. Além disso, a localização central da Bélgica na Europa, juntamente com o fato de que em menos de duas horas é possível estar em outro país onde as drogas serão consumidas, torna o país um alvo para o narcotráfico.
A porta-voz do Serviço de Finanças Públicas da Bélgica, Florence Angelici, explica que o porto da Antuérpia é uma rota histórica de transporte de frutas da América Latina para a Europa, sendo utilizada pelos narcotraficantes para esconder a cocaína que será consumida na Europa. Milhões de contêineres são utilizados para este fim todos os anos.
Diante desse quadro, as autoridades belgas enfrentam um grande desafio para lidar com o tráfico de drogas e a violência associada a ele. A situação exige medidas eficazes para conter a atuação de organizações criminosas e garantir a segurança pública nas cidades do país.