O texto aprovado, de autoria do deputado Mendonça Filho, substituiu a versão anterior do Senado e eliminou a obrigatoriedade do ensino de espanhol, mantendo apenas o inglês como disciplina obrigatória. Essa decisão gerou controvérsias, com embaixadas de países hispano falantes e representantes diplomáticos de França, Alemanha e Itália realizando lobby a favor e contra a manutenção do espanhol no currículo.
Os países da América do Sul que falam espanhol defendem a importância do ensino do idioma para a integração regional, enquanto outras embaixadas argumentam que a flexibilização permite oferecer uma segunda língua de acordo com a vontade das escolas ou determinações estaduais e municipais.
O deputado Mendonça Filho justificou a retirada do espanhol do currículo com base na baixa proficiência em português dos estudantes brasileiros e na influência de colônias europeias no país. Por outro lado, a senadora Dorinha Seabra criticou a decisão da Câmara, apontando para a escolha majoritária dos estudantes pelo espanhol no Exame Nacional do Ensino Médio.
A disputa entre embaixadas também ganhou destaque, com a França liderando um movimento para pressionar a retirada da obrigatoriedade do espanhol do currículo, junto com a Itália e Alemanha. Representantes de associações de professores da língua espanhola de diversos estados manifestaram descontentamento com a decisão da Câmara, alegando que o espanhol é uma língua de integração regional das comunidades latinas.
O Ministério da Educação se recusou a comentar sobre as ações das embaixadas e destacou a autonomia dos estados e municípios na organização de seus sistemas de ensino, incluindo a definição das línguas estrangeiras a serem oferecidas. Enquanto isso, um novo projeto de lei tramita na Câmara para reintroduzir o espanhol como disciplina obrigatória no ensino médio, evidenciando a complexidade e a importância do debate em torno do ensino de línguas estrangeiras no Brasil.