O Brasil, por sua vez, tem uma projeção de crescimento de 2,6% para este ano, de 1,3% para 2024 e de 2,2% para 2025. O relatório ressalta que o país realizou reformas macroeconômicas nas últimas três décadas, o que o tornou mais resiliente a choques econômicos como a pandemia de COVID-19. Apesar disso, o cenário global ainda apresenta desafios como taxas de juros elevadas, baixo crescimento nas economias avançadas e restrições fiscais enfrentadas pelos governos locais.
Um dos principais fatores que têm impactado a região é a redução da demanda da China. Em 2000, a China representava menos de 2% do comércio total da América Latina e Caribe, mas em 2022 esse percentual cresceu para 17%. A menor procura por parte da China afeta especialmente os países que dependem da exportação de matérias-primas. Isso resulta em contas correntes mais frágeis, pressões de desvalorização e diminuição das receitas fiscais. Além disso, as elevadas taxas de juros e o fardo persistente do serviço da dívida também têm limitado o progresso em termos de redução da dívida na região.
Outro fator preocupante para a retomada do crescimento na América Latina é o fenômeno do El Niño, que causa alterações significativas no clima. Estima-se que o El Niño possa reduzir o crescimento dos países tropicais em até 0,8 ponto percentual. Isso afeta não apenas os países da região, mas também outros países por meio de canais comerciais e preços mundiais.
Diante desse cenário, o Banco Mundial destaca a importância de investimentos em conectividade digital como uma forma de enfrentar esses desafios. A utilização de ferramentas de conectividade pode favorecer a inclusão social, por meio de programas governamentais como telemedicina, educação e projetos de assessoria a produtores agrícolas em áreas remotas. No entanto, o relatório ressalta que a conectividade digital não é suficiente por si só e que são necessários investimentos complementares em competências, finanças e sistemas regulatórios para que as tecnologias digitais possam beneficiar a todos.
Nesse sentido, espera-se que as projeções do Banco Mundial e as recomendações apresentadas em seu relatório possam contribuir para a formulação de políticas públicas e estratégias que impulsionem o crescimento econômico, a inclusão social e a redução da pobreza na América Latina e Caribe nos próximos anos.