Avaliação de risco da Braskem é rebaixada e empresa enfrenta pressão por questões ambientais e jurídicas

A Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do Brasil, teve sua nota rebaixada pela agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings. A empresa, que antes ostentava a nota BBB-, foi rebaixada para BB+, indicando um aumento no risco de não cumprir seus compromissos financeiros de longo prazo. A decisão da agência foi baseada em diversos fatores, incluindo os riscos ambientais e novas reivindicações enfrentadas pela empresa.

De acordo com a Fitch Ratings, a Braskem enfrenta a perspectiva de fluxo de caixa negativo por um período mais longo do que anteriormente previsto, devido à exposição contínua à desaceleração no setor petroquímico. Isso pode levar a um aumento na diferença entre as contas a pagar e o dinheiro disponível, representando um risco financeiro significativo para a empresa.

Recentemente, a Braskem foi alvo de várias reivindicações legais, incluindo o pedido de bloqueio de R$ 1 bilhão pela não inclusão dos moradores do bairro Bom Parto em seu programa de realocação, uma multa de R$ 72 milhões e a possibilidade de revisão de acordo fechado com o município de Maceió. Além disso, a empresa enfrenta uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado para investigar danos ambientais causados por suas atividades.

A reportagem buscou um posicionamento da Braskem sobre o rebaixamento de sua nota de risco, mas até o momento a empresa não se pronunciou sobre o assunto. Enquanto isso, a Advocacia-Geral da União (AGU) tem se envolvido no caso, com representantes tratando do assunto em reuniões com o governador de Alagoas, Paulo Dantas.

Dantas expressou seu desejo de incluir mais 3 mil famílias dos bairros próximos que também foram afetadas, enquanto o advogado-geral da União, Jorge Messias, tem prevista uma reunião com o governador na próxima semana para discutir questões de reparação do patrimônio público e danos socioambientais causados pelas atividades da Braskem.

Enquanto isso, a Braskem divulgou um comunicado afirmando que 40 mil pessoas foram realocadas das áreas de risco em Maceió, e que 93% das indenizações a famílias e comerciantes foram pagas, totalizando mais de R$ 4 bilhões. A empresa também informou que o plano de fechamento definitivo dos poços em Maceió, aprovado pela Agência Nacional de Mineração, está 70% concluído. A situação continua em desenvolvimento, com várias partes interessadas buscando uma resolução para os impactos causados pela Braskem.

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