Aumento da frequência de chuva intensa causa preocupação no Rio: 12 mortos e mais de 500 desalojados.

Um recente levantamento feito pelo Sistema Alerta Rio, órgão de previsão meteorológica do Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura, indica que a frequência de chuvas intensas na cidade está em ascensão nos últimos anos. Os dados revelam que desde 1997, 175 dias tiveram registro de chuvas muito fortes entre os meses de dezembro e abril, sendo que 101 destes ocorreram a partir de 2010. A média é de 7 dias de chuva forte por ano nos últimos 13 anos, enquanto nos 13 anos anteriores a média era de 5 dias anuais.

De acordo com o COR, a intensidade da chuva considerada forte é aquela que ultrapassa o volume de 50,1 milímetros em apenas uma hora, o que tem sido capaz de gerar alagamentos, tragédias e desabamentos. A meteorologista do Alerta Rio, Juliana Hermsdorff, destaca a relação direta destes eventos extremos com o avanço acelerado do aquecimento global. Aliás, o verão de 2022/2023 foi o quarto com maior volume de chuva já registrado para o mês de fevereiro, atingindo 222,4 mm de precipitação.

A prefeitura já tinha aprimorado seus protocolos de resposta às tempestades, que incluem acionamento de sirenes de Defesa Civil e deslocamento de equipes, porém, Cláudio Castro, governador do estado, atribui tais ocorrências chuvosas ao “novo normal” climático. O governador retornou ao Rio após críticas por estar de férias fora do estado, argumentando que este “novo normal” exige maior resiliência tanto do Estado quanto das cidades perante tais condições.

Após a tempestade que assolou a região, quase 600 pessoas ficaram desalojadas e, com o aval da União, sete municípios, incluindo a capital, deverão ser classificados em estado de emergência. Segundo Castro, entre 500 e 600 pessoas estão alojadas após a tempestade, mas as autoridades estão em fase de contabilização do número exato.

Diversas prefeituras dos municípios mais afetados estão cadastrando as famílias para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única pelo governo do Estado. Vale ressaltar que a concessão deste benefício seguirá critérios bastante rigorosos. A tempestade causou ainda 12 mortes na capital e na Baixada Fluminense, o que deixa em alerta outras cidades da região metropolitana.

Nota por: Camila Nascimento.

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