Segundo o autor, McVeigh foi produto de uma cultura de extrema direita em formação. Essa cultura alimentou as fantasias de violência entre os seguidores de Donald Trump, que resultaram na invasão do Capitólio em 2021. Elementos definidores dessa cultura incluem o culto às armas, o supremacismo branco, o horror ao governo federal, o nacionalismo primitivo, o fanatismo religioso e a política como conspiração.
As semelhanças com a ascensão da extrema direita no Brasil também são evidentes. Em 8 de janeiro, hordas bolsonaristas invadiram a praça dos Três Poderes, revelando a natureza do extremismo de direita no país. Assim como nos Estados Unidos, o extremismo encontrou nas redes sociais um importante instrumento de construção de identidade e mobilização política. No entanto, as estruturas que sustentam essa cultura política são mais numerosas, diversas e enraizadas na vida social no Brasil.
Portanto, a regulação das redes sociais não é suficiente para conter o extremismo doméstico e garantir a estabilidade da democracia. A definição do que é tolerável nas redes demanda um equilíbrio sutil que assegure a liberdade de expressão, o que requer uma discussão serena e a compreensão de que a sobrevivência da democracia vai além da regulação das redes sociais.
Diante disso, é crucial que haja uma abordagem mais ampla e aprofundada para lidar com a ascensão do extremismo de direita, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A compreensão da origem, natureza e alcance desse fenômeno é essencial para a preservação dos valores democráticos e para a promoção de um debate público saudável e construtivo.