Astrônomo brasileiro Nelson Travnik deixa legado de pioneirismo e contribuições valiosas para a astronomia nacional e internacional

Nelson Travnik, um renomado astrônomo brasileiro, faleceu aos 87 anos no dia 7 de setembro em Campinas. Durante sua vida, Travnik deixou um legado significativo no campo da astronomia, tornando-se uma referência no assunto.

Natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Travnik já demonstrava interesse pelo céu desde criança. No entanto, foi em Minas Gerais, para onde se mudou com a família quando ainda era jovem, que sua paixão pela astronomia se intensificou. Ele sempre dizia que naquela época não havia cursos específicos de astronomia no Brasil, então era necessário formar-se em física-matemática e depois fazer mestrado e doutorado no exterior.

Apesar de suas limitações financeiras, Travnik morava próximo ao Rio de Janeiro, onde tinha acesso ao Observatório Nacional e ao observatório da UFRJ. Ele frequentava esses locais com afinco, o que contribuiu para sua formação e posteriormente deixaria seu nome gravado na astronomia brasileira.

Em 1954, fundou junto com dois amigos o Observatório Astronômico Flammarion, em Matias Barbosa, Minas Gerais. Essa iniciativa foi apenas o começo de uma carreira brilhante. Quinze anos depois, ele se juntou a um seleto grupo de astrônomos envolvidos no programa Lion, ligado à missão Apolo-11. Sua participação foi fundamental para monitorar e observar a superfície lunar após relatos de fenômenos estranhos que poderiam afetar o pouso de Neil Armstrong.

Uma das contribuições mais importantes de Travnik foi a descoberta de uma emanação gasosa durante as missões Apollo 8, 10, 11, 12 e 13. Essas descobertas renderam projeção nacional e internacional para o observatório que ele fundou em Matias Barbosa.

Além disso, Travnik também foi diretor do Observatório Municipal de Campinas, o primeiro do tipo construído no Brasil, por dez anos. Ele também foi um dos fundadores do Observatório Astronômico de Americana na década de 1980 e do Observatório de Piracicaba em 1992. Mesmo após sua aposentadoria em 1996, o astrônomo continuou atuando nos três observatórios.

Travnik, que era membro titular da Sociedade Astronômica da França desde 1959, deixou um legado significativo na área da astronomia. Além de suas contribuições científicas, ele também tinha paixão por escrever, receber crianças nos observatórios para difundir e popularizar a astronomia, e era apaixonado por música clássica e pela família.

O astrônomo será sepultado em Matias Barbosa, onde deixou seu jazigo. Em seu túmulo, ele criou um relógio de sol e escreveu “o tempo marcará nosso regresso”. Nelson Travnik deixou sua esposa Roza, seus filhos Albert, Peter e Wieland, seis netos e uma bisneta.

A morte de Nelson Travnik representa uma perda significativa para a comunidade científica e para a astronomia brasileira. Sua paixão, dedicação e contribuições marcaram uma geração e seu legado continuará influenciando futuros astrônomos e estudiosos do espaço. A família e amigos se despedem de um homem notável que deixou sua marca no campo da astronomia.

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