A análise dos dados revela que a maioria das vítimas (63%) foi morta com arma de fogo, muitas vezes com tiros na nuca ou na cabeça, demonstrando a crueldade empregada nos crimes. Outras formas de violência chocantes foram identificadas, como homicídios por espancamento e até mesmo o uso de maquinário pesado, evidenciando a brutalidade dos ataques contra os quilombolas.
A autoria dos crimes foi atribuída a diferentes grupos, sendo que em quase metade dos casos (48%) os suspeitos ou responsáveis eram ex-companheiros, familiares, conhecidos das vítimas, vizinhos, posseiros, proprietários das terras em disputa, membros de organizações criminosas e até mesmo agentes de segurança. Essas informações levantam suspeitas de que muitos dos assassinatos foram encomendados, tornando a situação ainda mais preocupante.
Os estados mais afetados foram o Maranhão, a Bahia e o Pará, que registraram o maior número de mortes de quilombolas. A Conaq destaca a violência sistemática e os assassinatos em série que ocorreram em regiões como a Baixada Maranhense e em quilombos na Bahia, além de casos de chacinas e execuções cruéis em comunidades quilombolas.
Além dos assassinatos, os quilombolas enfrentam outras formas de violência, como incêndios criminosos, ameaças, intimidações e perseguições. O fogo, usado como tática para expulsar as comunidades de suas terras, já causou estragos em diversos quilombos em diferentes estados do país, evidenciando a gravidade da situação.
Diante desse cenário de violência e impunidade, é fundamental que as autoridades tomem medidas efetivas para proteger a vida e a integridade dos quilombolas, garantindo o cumprimento dos direitos territoriais e o fim da violência no campo. A luta dessas comunidades é inspiradora e resistente, mas é necessário um esforço coletivo para garantir a segurança e a justiça para aqueles que são vítimas de violência e discriminação.