As igrejas pentecostais e neopentecostais dominam o cenário religioso e são as pequenas igrejas, muitas delas denominadas “de bairro”, que têm impulsionado esse crescimento. Grandes marcas do segmento, como a Universal do Reino de Deus e a Quadrangular, também contribuem para essa ascensão. No entanto, mensurar o crescimento evangélico apresenta desafios, especialmente pela ausência de dados atualizados do Censo.
O estudo do IPEA utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego para identificar estabelecimentos religiosos. No entanto, a classificação das igrejas se torna um desafio, especialmente ao tentar diferenciar igrejas tradicionais das pentecostais e neopentecostais.
Em contrapartida, os católicos foram os que menos cresceram, com um aumento de apenas 63% no número de locais religiosos subordinados ao Vaticano. Esse crescimento evangélico pode ser atribuído a abordagens teológicas que fazem mais sentido para a população brasileira, assim como uma maior facilidade de abertura de igrejas comparada com a Igreja Católica.
O aumento de igrejas evangélicas também é observado em locais comerciais, como livrarias cristãs e salões de beleza, e está se expandindo para bairros mais nobres e áreas centrais das cidades. Essa ascensão não está atrelada apenas às classes sociais mais baixas, já que muitos jovens de famílias pioneiras no evangelicalismo passaram a ter acesso à educação universitária e conquistaram rendas mais elevadas.
Essa tendência de crescimento dos evangélicos no Brasil mostra que a configuração religiosa do país está passando por mudanças significativas, com a ascensão do pentecostalismo e neopentecostalismo como principais atores desse cenário religioso em transformação.