Após a vitória de Milei nas primárias, governo argentino desvaloriza peso em 22%.

Nas últimas semanas, a disputa eleitoral na Argentina tem se intensificado, e dentro desse cenário distópico, o partido governista Unión por la Patria parece estar encontrando seu maior desafio pela frente: o peronismo. Com chances reais de vitória, o partido precisa decidir qual será sua estratégia para conquistar os eleitores e ganhar a confiança do povo argentino.

Uma das opções consideradas pelo partido é focar na campanha do medo. Insistir que um eventual governo de Milei ou Bullrich seria um salto para o vazio, é a estratégia mais fácil e instintiva para muitos líderes. É uma tentativa de unir os 51% que não votaram nesses candidatos em torno do terceiro candidato. No entanto, essa tática pode fracassar e é necessário ter atenção a esse ponto.

Enquanto o partido decide sobre sua estratégia discursiva, ele também deve se dedicar a uma profunda introspecção eleitoral. Apesar das chances de chegar ao segundo turno ainda estarem intactas, o partido precisa reconhecer os desempenhos ruins em algumas províncias. Em Córdoba, o partido obteve apenas 8% dos votos, em Tucumán, 33%, e em Misiones e San Juan, menos de 30%. Esses números beiram o ridículo e mostram que o partido precisa melhorar.

No entanto, nem todas as províncias têm um desempenho ruim para o peronismo. Em algumas, como Mendoza, La Rioja, Catamarca e a primeira seção eleitoral da província de Buenos Aires, há mais espaço para crescimento. Nessas províncias, o peronismo obteve entre dez e vinte pontos a menos do que com Daniel Scioli em 2015. É necessário entender por que o partido está perdendo força nessas áreas.

Uma hipótese que pode explicar esse fenômeno é o fato de os últimos quatro candidatos presidenciais do peronismo terem vindo da capital federal e da província de Buenos Aires. Isso pode ter contribuído para a perda de força em outras províncias, e precisa ser analisado com cuidado.

Mesmo diante de derrotas, é importante que o partido não se envolva em disputas internas e fraticidas. O caminho para as eleições de outubro é longo, e entrar nessa luta seria um erro. O partido governista está apenas 1,5 ponto abaixo do limite que considerava aceitável e com uma distância de menos de três pontos do vencedor. Contribuir para sua própria derrota seria um erro grave.

Em resumo, o partido governista enfrenta um desafio no peronismo e precisa decidir sua estratégia para conquistar os eleitores. Além disso, é necessário uma profunda introspecção eleitoral e uma análise cuidadosa das províncias onde o partido está perdendo força. Não se pode entrar em disputas internas e fraticidas, e é necessário focar na batalha contra o fascismo. O caminho para outubro ainda é longo, e é preciso se manter forte e determinado.

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