Essa pressão nos preços dos alimentos tem sido impulsionada, em grande parte, pelos efeitos do fenômeno climático El Niño. Produtos como frutas, verduras e legumes, destinados ao consumo interno, têm mostrado sinais de arrefecimento devido a esse cenário, mas outros itens refletem a demanda internacional em constante crescimento.
Um exemplo disso é o arroz, um item fundamental na dieta dos brasileiros, que teve seus preços em alta resultando em uma ampliação da área de plantio para esta safra. Contudo, a demanda externa tem mantido os preços elevados, mesmo durante o período de colheita, devido a fatores como quebra de safras em outros países e limitações nas exportações.
Já o feijão, com pouca importação e exportação, depende mais da produção interna. A cultura tem enfrentado desafios como altos custos de produção e é fortemente influenciada por condições climáticas e doenças que podem afetar a produção.
No que diz respeito à soja e ao milho, principais culturas agrícolas do país, apesar de não apresentarem reação nos preços em 2024, uma mudança nesse cenário poderá ocorrer se a safra dos Estados Unidos, que ainda está em processo de plantio, indicar uma possível quebra na produção.
Ainda no setor agrícola, a arroba de boi gordo registrou o menor preço mensal em março, devido ao aumento nos abates e à queda nos preços internacionais. Enquanto isso, o preço do leite vem subindo no campo, impactando diretamente o consumidor.
Por fim, o café, após um período de ajustes de preços para baixo, voltou a ter uma alta significativa neste ano, principalmente o café robusta, que atingiu preços históricos. Esses são alguns dos destaques do cenário de alimentos no país, que promete dar um alívio aos consumidores nos próximos meses, desde que as condições climáticas se mantenham favoráveis.