Agronegócio lança manifesto contra Danone e convoca boicote a produtos da empresa francesa por suspensão de compra de soja brasileira.

O manifesto de boicote aos produtos da Danone, divulgado por lideranças ligadas ao agronegócio, está gerando repercussão no setor. A motivação para tal ação é a decisão da empresa francesa de laticínios de parar de comprar soja do Brasil, alegando que a produção dessa commodity contribui para o aumento do desmatamento no país.

Um dos principais nomes por trás desse manifesto é o ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera, conhecido como uma liderança do agronegócio no interior de São Paulo. Ele conta com o apoio da Sociedade Rural Brasileira, uma entidade de peso dentro do setor, para enfrentar a multinacional francesa.

De acordo com o manifesto, a soja é uma cultura agrícola crucial para o Brasil, movimentando cerca de US$ 100 bilhões por ano. Apesar de ocupar menos de 4% do território nacional, a soja é uma das principais produções do país. Além disso, apenas 0,7% do bioma Amazônia é utilizado para o cultivo dessa commodity.

A Danone foi duramente criticada no manifesto por generalizar a falta de fazendas sustentáveis no Brasil, o que foi considerado uma ação perigosa pelos líderes do agronegócio. Eles afirmam que se o setor não se posicionar firmemente contra atitudes como a da empresa francesa, mais companhias podem adotar medidas semelhantes no futuro.

A situação se torna ainda mais relevante devido à aprovação, pela União Europeia, de uma legislação antidesmatamento que proíbe a compra de produtos brasileiros que não sejam ambientalmente sustentáveis. O Brasil solicitou o adiamento da entrada em vigor dessa lei, prevista para o final do ano. Nas redes sociais, perfis de direita também têm se unido ao movimento de boicote à Danone, criticando a decisão da empresa e pedindo que os consumidores deixem de adquirir seus produtos.

Diante desse cenário, o setor do agronegócio no Brasil se mobiliza para enfrentar a postura da Danone e evitar que outras empresas adotem medidas semelhantes. A batalha entre interesses econômicos e preocupações ambientais promete ser intensa nos próximos dias, com desdobramentos imprevisíveis para o mercado nacional.

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