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Agências de classificação de risco: entenda o impacto das notas na economia e nos investimentos internacionais

A classificação de risco por agências estrangeiras é uma medida crucial para os investidores internacionais, pois ela reflete a confiança na economia de um país. As notas atribuídas pelas agências funcionam como um guia para os juros dos títulos públicos, que representam o custo de pegar dinheiro emprestado no mercado financeiro. Além disso, as agências também avaliam a capacidade de empresas de honrarem seus compromissos no mercado financeiro.

O grau de investimento é um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. Se a classificação está abaixo dessa categoria, o país é considerado especulativo, o que indica uma maior probabilidade de não pagar a dívida pública. Quando um país dá calote, os títulos passam a ser considerados como de lixo, o que também se aplica às empresas.

As agências de classificação de risco mais respeitadas do mercado são a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P), que enviam técnicos periodicamente para avaliar as condições econômicas dos países. Uma avaliação positiva faz com que um país e suas empresas possam levantar recursos no mercado internacional com menores custos e melhores condições de pagamento.

Além disso, um bom grau de classificação atrai investimento estrangeiro para o país. Fundos de pensão estrangeiros, por exemplo, investem apenas em países com grau de investimento concedido por pelo menos duas agências de classificação de risco. Caso contrário, o país passa a ser considerado especulativo.

Em 2008, o Brasil foi elevado à categoria de grau de investimento, mas em setembro de 2015, a S&P retirou essa classificação do país. Em dezembro do mesmo ano, a Fitch reduziu a nota do Brasil para um nível abaixo da categoria de bom pagador, e a Moody’s retirou o grau de investimento do país em fevereiro de 2016.

A decisão desta terça-feira (19) colocou o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento na S&P e na Moody’s. Já a Fitch mantém o país três níveis abaixo do grau de investimento, com perspectiva estável.

Apesar de servir como parâmetro para a credibilidade de governos e empresas no mercado financeiro, as agências de classificação de risco enfrentam críticas por terem errado nos prognósticos. Antes de 2008, as agências deram notas altas para as operações de venda de créditos imobiliários nos Estados Unidos, que entraram em colapso e desencadearam uma crise econômica global. Em 2013, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu investigação contra a Standard & Poor’s por suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários, e a agência pagou uma multa de US$ 1,37 bilhão por seu papel na crise de 2008.

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