Antes de Cristófaro, outros vereadores já haviam passado por essa situação. Em 1999, Vicente Viscome e Hanna Garib tiveram seus mandatos cassados devido ao escândalo da Máfia dos Fiscais, durante a gestão do prefeito Celso Pitta. Entre os delitos cometidos por eles estavam extorsão a vendedores ambulantes e esquema de pagamentos para liberação de alvarás.
No mesmo ano, Maeli Vergniano perdeu o mandato por uso indevido de um carro cedido por uma empreiteira responsável pela coleta de lixo na cidade.
Viscome, que foi o primeiro a ser cassado, chegou a ser preso por quase sete anos. Ele foi acusado de utilizar seu mandato de vereador para obter vantagens financeiras indevidas, de acordo com a CPI da Máfia. Viscome faleceu em novembro de 2021.
Já Garib foi cassado em junho de 1999 pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Ele foi apontado como um dos líderes na arrecadação de propina dos comerciantes na região da Sé, entre 1993 e 1999.
A cassação de Cristófaro ficará marcada como a primeira por racismo na história de São Paulo. Em maio de 2022, o vereador foi flagrado em uma sessão de CPI na Câmara Municipal proferindo um comentário racista. Ele disse: “não lavaram a calçada, é coisa de preto”.
Quando foi eleito em 2016, Cristófaro ganhou notoriedade por seu discurso contra a “indústria da multa”. Ele se tornou conhecido ao publicar vídeos na internet mostrando fiscais de trânsito multando motoristas em São Paulo. Anteriormente, ele havia sido cassado após uma decisão da Justiça Eleitoral, mas conseguiu retornar à Câmara com uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cristófaro também colecionou polêmicas e desafetos durante seus mandatos. Ele chamou o vereador Thammy Miranda no feminino durante uma sessão, além de proferir ofensas raciais contra Adilson Amadeu e Fernando Holiday. Ele também foi acusado por Dilza Maria Pereira da Silva, auxiliar de enfermagem, de injúria racial.
Antes de se tornar vereador, Cristófaro ocupou cargos em administrações municipais, como oficial de gabinete na gestão de Jânio Quadros e diretor da Prodam durante a gestão de Marta Suplicy. Ele também foi chefe de gabinete da presidência da Câmara nas gestões de Antonio Carlos Rodrigues e José Américo.
Com a cassação de Camilo Cristófaro, espera-se que esse seja um exemplo de que atitudes racistas não serão toleradas no meio político, mostrando a importância de manter o decoro parlamentar e a ética na representação pública.