Especialistas em economia e mercado de petróleo foram consultados para analisar essa situação. Para Eric Gil Dantas, economista do Observatório Social do Petróleo, a reação do mercado em pressionar a Petrobras para o pagamento imediato dos dividendos é um movimento especulativo. Ele ressaltou que a empresa é a segunda maior geradora de caixa do Ocidente e líder em distribuição de dividendos no Brasil.
Mahatma Ramos, diretor técnico do Ineep, defendeu a postura da Petrobras em reter os dividendos, argumentando que a empresa é resiliente, lucrativa e tem solidez financeira. Ele apontou que a insatisfação de alguns acionistas é infundada, pois os recursos retidos serão destinados à remuneração dos mesmos.
Por sua vez, o economista André Roncaglia, da Unifesp, considerou a queda das ações como um movimento momentâneo, relacionado à mudança estratégica da Petrobras para uma abordagem mais focada no longo prazo. Ele destacou que a retenção dos dividendos fortalece o colchão de liquidez da empresa, proporcionando maior segurança financeira e reduzindo incertezas.
A diretoria da Petrobras propôs reter todo o valor dos dividendos extraordinários em um fundo de reserva, ainda sujeito à aprovação dos acionistas. A empresa justificou a decisão com base nos planos de investimento previstos para os próximos anos e na necessidade de análise mais aprofundada das perspectivas futuras.
Em suma, a reação do mercado às medidas adotadas pela Petrobras reflete diferentes interesses e perspectivas. Enquanto alguns investidores buscam retorno imediato, a empresa prioriza sua sustentabilidade e crescimento a longo prazo, gerando debates e reflexões sobre os rumos do setor petrolífero no Brasil.






