O jovem João Pedro, na época com apenas 14 anos, foi atingido por um tiro nas costas enquanto brincava na casa de um parente durante uma operação conjunta da Polícia Federal e Polícia Civil fluminense. A família e amigos relataram que a residência foi cercada e alvejada pelos agentes, resultando na morte do adolescente. A situação se torna ainda mais lamentável quando se considera o fato de que João Pedro foi coagido a ajudar a levar seu próprio corpo para um helicóptero policial.
A Anistia Internacional ressaltou a demora no processo de responsabilização dos agentes envolvidos no caso, que só se tornaram réus em 2022, dois anos após o crime. A organização destacou que a lentidão da Justiça, muitas vezes levando à impunidade dos agressores, é uma forma de violência contra as vítimas e suas famílias. A decisão da juíza de não levar os policiais a júri popular, alegando falta de materialidade delitiva, também foi duramente criticada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Diante desse cenário, a família de João Pedro e os defensores dos direitos humanos buscam justiça e fazem um apelo para que o caso seja revisto e os responsáveis sejam devidamente punidos. A mensagem de que as favelas são territórios de exceção onde a ação policial pode ocorrer impunemente precisa ser desconstruída, para que vidas como a de João Pedro não se percam em meio à violência e à falta de responsabilização das autoridades competentes.