Absolvição de policiais pela morte de João Pedro em favela do RJ gera indignação da Anistia Internacional Brasil.

A decisão da juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, que absolveu três policiais civis acusados da morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, em 2020, na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), tem gerado revolta e indignação. A Anistia Internacional Brasil, uma organização não governamental que luta pelos direitos humanos, criticou a absolvição dos agentes e afirmou que ela transmite a mensagem de impunidade nos casos de mortes decorrentes de ações policiais em favelas.

O jovem João Pedro, na época com apenas 14 anos, foi atingido por um tiro nas costas enquanto brincava na casa de um parente durante uma operação conjunta da Polícia Federal e Polícia Civil fluminense. A família e amigos relataram que a residência foi cercada e alvejada pelos agentes, resultando na morte do adolescente. A situação se torna ainda mais lamentável quando se considera o fato de que João Pedro foi coagido a ajudar a levar seu próprio corpo para um helicóptero policial.

A Anistia Internacional ressaltou a demora no processo de responsabilização dos agentes envolvidos no caso, que só se tornaram réus em 2022, dois anos após o crime. A organização destacou que a lentidão da Justiça, muitas vezes levando à impunidade dos agressores, é uma forma de violência contra as vítimas e suas famílias. A decisão da juíza de não levar os policiais a júri popular, alegando falta de materialidade delitiva, também foi duramente criticada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Diante desse cenário, a família de João Pedro e os defensores dos direitos humanos buscam justiça e fazem um apelo para que o caso seja revisto e os responsáveis sejam devidamente punidos. A mensagem de que as favelas são territórios de exceção onde a ação policial pode ocorrer impunemente precisa ser desconstruída, para que vidas como a de João Pedro não se percam em meio à violência e à falta de responsabilização das autoridades competentes.

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