Uma aposentada de 63 anos, que preferiu não se identificar, relatou que a mãe dela, de 90 anos, está tendo dificuldades para dormir desde que a cracolândia se fixou no local. A idosa passou por uma cirurgia recente no olho e precisa de repouso. Preocupada com a situação, a aposentada participou de um protesto contra a permanência da cracolândia no endereço.
O protesto, que contou com cerca de 50 pessoas, bloqueou a rua Mauá, em frente à Sala São Paulo, por cerca de uma hora. Policiais militares acompanharam o trajeto e evitaram que um grupo de usuários de drogas discutisse com os moradores. A presença constante de usuários também tem causado incômodo devido ao barulho causado pelas músicas que são tocadas em caixas de som portáteis durante todo o dia.
Moradores da região têm exigido uma solução para o problema da cracolândia, pois a transferência do fluxo para outros bairros não tem sido efetiva. Eles afirmam que é necessário implementar uma política que atenda tanto aos usuários quanto aos moradores. Alguns até cogitam deixar a região, pois a situação tem se tornado insustentável.
Os manifestantes também pedem mais segurança, lembrando que são contribuintes de IPTU. Eles defendem que seja aumentado o policiamento na área e questionam o motivo de a cracolândia ter migrado para a rua dos Protestantes, onde há imóveis residenciais.
Até o momento, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) declarou que não houve nenhuma operação para remover os usuários e que não há determinação para a mudança de local. Já a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) não se pronunciou sobre a transferência da cracolândia. Este foi o terceiro protesto nos últimos dias pedindo uma solução para o problema.
Na sexta-feira, moradores de um condomínio próximo à praça Júlio Prestes bloquearam a passagem de veículos em protesto contra a possível transferência do fluxo para a alameda Dino Bueno. Comerciantes da rua Santa Ifigênia também fecharam suas lojas por algumas horas exigindo uma solução do poder público. Eles alegam que a presença da cracolândia tem afetado drasticamente as vendas na região.
Diante dos transtornos causados pela cracolândia na rua dos Protestantes e em áreas próximas, os moradores esperam que o poder público tome medidas efetivas para resolver o problema e proporcionar mais segurança e tranquilidade para a região.