A empresa de Cove, chamada Sun Electric Generator Corporation, tinha sede em Nova York e possuía um capital de US$ 5 milhões. Os painéis solares já recebiam atenção da imprensa em 1909, com a revista americana Modern Electrics destacando que eles seriam capazes de armazenar energia elétrica suficiente para iluminar uma casa comum por uma semana.
No entanto, em outubro de 1909, Cove foi sequestrado e a condição para sua libertação era que ele desistisse da sua patente solar e fechasse a empresa. Cove se recusou e foi libertado, mas logo enfrentou o fracasso nos negócios com energia solar. Enquanto alguns acusaram Cove de forjar o sequestro para conseguir publicidade, é possível que interesses ocultos estejam por trás do ocorrido.
A energia solar representava uma ameaça aos setores de combustíveis fósseis, pois era uma tecnologia inerentemente democrática e poderia empoderar cidadãos e comunidades. Os combustíveis fósseis, por outro lado, exigiam a construção de grandes impérios empresariais.
Essa história intrigante levanta questões sobre o desenvolvimento das energias renováveis. Se a energia solar tivesse sido adotada em larga escala desde o início do século 20, o mundo poderia ter economizado enormes quantidades de emissões de carbono.
É importante lembrar que a predominância dos combustíveis fósseis até o século 21 foi uma escolha, não inevitável. Inicialmente, não sabíamos sobre o impacto ambiental desses combustíveis e, posteriormente, os interesses do setor se tornaram tão poderosos que resistiram às mudanças.
No entanto, há esperança. Atualmente, a energia solar fornece a eletricidade mais barata da história, e os custos continuam a diminuir à medida que a tecnologia avança. Se abraçarmos o otimismo demonstrado por Cove e tomarmos as decisões corretas, ainda podemos construir o mundo abastecido pelo Sol que ele imaginou há mais de um século.
A história de George Cove serve como um lembrete de que a energia solar não é uma ideia radical ou nova. É uma tecnologia antiga, tão antiga quanto as próprias companhias do setor de combustíveis fósseis. Agora, mais do que nunca, é crucial abraçar essa fonte de energia limpa e renovável para combater a crise climática.