A Palestina é um local sagrado para as tradições monoteístas do judaísmo, cristianismo e islamismo. Por séculos, essa região tem sido alvo de disputas entre potências coloniais, que usam a religião como justificativa para cometer atrocidades. A guerra em curso na Faixa de Gaza é apenas mais um capítulo dessa longa história de conflitos. Desde as cruzadas até os interesses econômicos na região, as potências ocidentais têm transferido a imagem de violência e tirania para os habitantes do Oriente Médio, quando, na realidade, são essas potências que promovem a violência em nome de uma suposta democracia e direitos humanos.
É importante questionar a imagem maniqueísta que é criada, retratando a região como uma luta entre o bem e o mal. Por que os palestinos, sejam eles muçulmanos ou não, são automaticamente associados a terroristas? Por que a Faixa de Gaza só aparece na mídia internacional durante conflitos? Por que não conhecemos a história rica e a importância cultural dessa região que conecta as três religiões do livro?
Além disso, é fundamental questionar a imagem bíblica do Deus da Guerra, que legitima a subjugação de um povo sobre o outro e sacraliza a limpeza étnica. Essa imagem também sacraliza a indústria bélica e impede qualquer tentativa de paz. A guerra entre Israel e Palestina também é motivo de fake news no Brasil, onde algumas correntes evangélicas utilizam o sionismo cristão para justificar a expansão do Estado de Israel, ignorando a barbárie que isso acarreta.
Essa visão distorcida também torna insignificante a morte de crianças e mulheres palestinas, que são sepultadas em valas comuns, sem ritos fúnebres, sem nome e sem história. Ao utilizar o sofrimento humano para promover o sionismo cristão, esses grupos evangélicos banalizam a perversidade e anulam o escândalo histórico que deu origem à fé cristã.
No entanto, é importante lembrar que as tradições de fé abraâmicas não pregam o Deus da Guerra, mas sim o Deus do amor e da reconciliação. Por mais que se tente negar, o conflito na região também possui uma dimensão religiosa, especialmente quando teologias do ódio ganham espaço nas igrejas.
A guerra entre Israel e Palestina é complexa e não tem solução simples. No entanto, é fundamental questionar as narrativas distorcidas e buscar um entendimento mais abrangente, que leve em consideração a história, a cultura e a dignidade humana de todos os envolvidos. A busca pela paz deve sempre prevalecer sobre qualquer ideologia religiosa ou política.