A localização dos sinais de celulares ajuda polícia a encontrar helicóptero desaparecido em São Paulo

A localização dos sinais emitidos pelos telefones celulares das quatro vítimas do acidente com o helicóptero de prefixo PR-HDB foi fundamental para as equipes da Polícia Militar nas buscas pela aeronave, que estava desaparecida desde o dia 31 de janeiro. Os destroços foram finalmente localizados na manhã desta sexta-feira (12) em uma área de mata em Paraibuna, no interior de São Paulo, mas infelizmente não houve sobreviventes.

O delegado Paulo Sérgio Rios Campos Melo, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), da Polícia Civil de São Paulo, explicou que os investigadores utilizaram os sinais dos aparelhos das quatro pessoas para tentar estabelecer um ponto que correspondesse à localização da aeronave. Em virtude disso, houve grande dificuldade para encontrar a área devido ao fato de os celulares não terem emitido uma localização exata. O que foi possível definir foi a localização da antena que captou o sinal dos aparelhos. Vale ressaltar que o helicóptero acidentado não possuía localizador ou caixa-preta.

Na tentativa de esclarecer a situação, Campos Melo ressaltou que a área onde a aeronave poderia estar se encontrava a mais de 12 quilômetros em linha reta, uma surpresa para os investigadores, que precisaram utilizar de um trabalho minucioso de inteligência para a busca. Além disso, houve o desafio de que somente uma antena captou os sinais, o que impossibilitou a triangulação. Porém, na última quinta-feira (11), as condições climáticas estavam favoráveis e, desta forma, o helicóptero Pelicano, da Polícia Civil, pôde sobrevoar a região para fazer uma “apuração técnica”.

Além disso, na quarta-feira (10), a concessionária Tamoios enviou às autoridades um vídeo de uma imagem captada por uma câmera que mostrava uma aeronave voando baixo que poderia ser o PR-HDB, o que direcionou a busca para a região de Paraibuna.

O trabalho de inteligência da equipe da Polícia Civil foi de suma importância para as buscas, na opinião do coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, chefe do Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo. Ele explicou que a estratégia de voos da PM foi ajustada devido às informações fornecidas pela Polícia Civil, permitindo uma tática de voo mais baixo, mais devagar, em quadrantes, o que facilitou o encontro da aeronave.

O helicóptero acidentado estava pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos, e transportava ainda o empresário Raphael Torres, 41, a comerciante Luciana Rodzewics, 46, e a filha dela, Letícia, 20. Após a localização dos destroços, a polícia está trabalhando para agilizar o resgate dos corpos, mas a liberação só será feita após a realização de perícia da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Científica.

Este triste episódio evidencia o desafio e as dificuldades da aviação de buscar aeronaves em zonas remotas, ressaltando a importância da cooperação entre as forças de segurança e a necessidade de recursos e tecnologia adequados para lidar com essas situações. O setor de aviação vem buscando aprimorar suas tecnologias e procedimentos para lidar com o rastreamento e busca de aeronaves desaparecidas, a fim de evitar que tragédias como essa aconteçam novamente.

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