A Justiça do Trabalho determina porcentagem mínima de serviços durante greve no Metrô de São Paulo
A Justiça do Trabalho decidiu que, caso os funcionários do Metrô de São Paulo façam greve nesta terça-feira (15), devem respeitar um mínimo de 70% dos serviços nos horários de pico do transporte e 30% no resto do dia. A decisão, tomada pela desembargadora Ivani Contini Bramante, do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região), atendeu parcialmente um pedido do Metrô. Em caso de descumprimento, o sindicato poderá ser multado em R$ 100 mil por dia.
A medida foi anunciada após a companhia estadual solicitar a garantia de que 100% do serviço seria mantido nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 80% no restante do dia. Reiterada nesta segunda-feira, a decisão busca minimizar o impacto da paralisação no transporte público da cidade.
Por outro lado, o sindicato dos metroviários argumenta que a paralisação é motivada pelos planos do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar todas as linhas do metrô e pela terceirização na manutenção da linha 15-prata, o monotrilho da zona leste. De acordo com o comunicado divulgado pelo sindicato em seu site, caso essas medidas sejam concretizadas, a segurança dos passageiros e funcionários estará em risco. O pregão para a contratação da empresa terceirizada está marcado para o próximo dia 28.
Além disso, os metroviários propõem que a greve seja feita com as catracas livres, convertendo a paralisação em um protesto contra as medidas do governo. No entanto, a desembargadora não citou essa possibilidade nem fez referência aos argumentos apresentados pelo sindicato. Uma audiência de conciliação foi marcada para a próxima quarta-feira (16), e oficiais de Justiça deverão fiscalizar o cumprimento da decisão judicial no Centro de Controle de Operações do Metrô.
Nesta segunda-feira, o sindicato se reuniu com representantes do Metrô para discutir a possibilidade de paralisação. A principal pauta da reunião era a suspensão do edital para terceirizar a manutenção da linha 15-prata. Pela manhã, a diretoria do sindicato admitia a possibilidade de votar contra a paralisação caso houvesse um avanço nesse ponto.