Campos Neto também alertou para o alto nível de endividamento global, citando a importância da discussão sobre a política fiscal, que tem sido tema constante em reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente do BC ressaltou que países com maior endividamento enfrentam dificuldades para ter acesso a recursos devido aos juros elevados, o que prejudica a liquidez das economias menos desenvolvidas.
Além disso, o banqueiro central destacou a necessidade de reduzir a inflação de serviços para que a inflação global possa atingir as metas estabelecidas. Segundo ele, a alta inflação nesse setor impede que a baixa inflação de bens contribua para a convergência desejada.
Campos Neto também abordou questões ligadas às eleições presidenciais dos Estados Unidos, mencionando que algumas políticas discutidas pelos partidos republicano e democrata, como uma política fiscal mais expansionista, protecionismo comercial e redução da imigração, podem ter impactos inflacionários. Além disso, ele ressaltou os desafios e custos relacionados à transição para uma economia mais verde, especialmente diante da crescente demanda por energia sustentável.
Por fim, o presidente do BC alertou para a fragmentação do comércio global e os riscos geopolíticos crescentes, especialmente em relação às restrições comerciais impostas à China. Ele destacou que a China, conhecida por seu modelo de exportações voltado para produtos ligados à eletrificação, pode enfrentar impactos no seu crescimento, assim como os Estados Unidos, caso adotem políticas tarifárias contra o país asiático. Esses são pontos de atenção que requerem uma análise cuidadosa por parte das autoridades econômicas e políticas mundiais.