Sob a perspectiva da democracia representativa, é crucial que as mulheres sejam levadas em consideração e tenham a oportunidade de atuar nos espaços de decisão que desejarem. A diversidade de opiniões e experiências é necessária para garantir que as políticas públicas sejam eficientes e atendam às necessidades das maiorias vulnerabilizadas da sociedade.
No entanto, a ausência de mulheres nas fotos e registros históricos dos espaços de decisão é uma forma de violência simbólica que reforça a visão machista do poder masculino. Essa visão desvaloriza as mulheres e as exclui da vida social e pública.
Além disso, a desigualdade de gênero também é reforçada pela divisão sexual de trabalho, que reserva às mulheres funções relacionadas ao cuidado e bem-estar social. Isso limita as oportunidades de atuação das mulheres em temas mais amplos e contribui para a perpetuação da discriminação e desigualdade.
A violência política de gênero é outra forma de violência que impede as mulheres de ocupar espaços de decisão. A desinformação e os discursos de ódio contra as mulheres são ataques direcionados que afastam as mulheres das eleições e do poder político. No entanto, recentemente foram criadas leis para prevenir e combater essas violências, sendo importante ressaltar a necessidade de proteção das mulheres pobres e negras, que estão no ponto mais vulnerável da interseção de fatores sociais desfavoráveis.
Diante dessas questões, é urgente construir uma sociedade mais justa e igualitária, garantindo o acesso das mulheres negras e não negras, incluindo as advindas dos povos originários, aos processos decisórios e estruturas de poder. Para isso, é necessário implementar políticas estatais eficazes e promover a igualdade étnico-racial.
Em resumo, a presença das mulheres nos espaços de decisão é essencial para a justiça e a democracia em nossa sociedade. É preciso combater a violência simbólica, a divisão sexual de trabalho e a violência política de gênero para garantir a igualdade e inclusão das mulheres na vida pública. A construção de uma sociedade mais justa passa pela participação ativa e efetiva das mulheres nos processos decisórios.