A diretora ressalta a necessidade de incluir diferentes perspectivas e vozes na discussão sobre aborto. Ela aponta que inicialmente essas histórias eram contadas por homens cis, passaram para europeias e norte-americanas, e agora estão caminhando para serem contadas por mulheres e pessoas não-binárias da América Latina e do Sul global. Isso evidencia questões administrativas, econômicas e éticas por trás da produção cultural e da representatividade nas telas.
Além de “Levante”, outros filmes têm abordado a questão do aborto sob diferentes prismas. Entre eles está “Incompatível com a Vida”, dirigido por Eliza Capai, que retrata a experiência de mulheres que enfrentaram a frustração de uma gravidez. Outro destaque é o documentário “Verde-Esperanza”, que acompanha a luta pela descriminalização do aborto na América Latina.
Filmes como “O Acontecimento”, que se passa na França dos anos 1960, e “Never, Rarely, Sometimes, Always”, que narra a jornada de duas adolescentes em busca de ajuda médica nos EUA, também estão na lista de obras que abordam a temática do aborto. A diversidade de origens e abordagens dessas produções aponta para a importância de se ampliar o espectro de vozes e experiências representadas no cinema.
Com “Levante” e outros filmes lançados recentemente, a discussão sobre o aborto no cinema ganha cada vez mais relevância e profundidade. A diversidade de histórias e perspectivas enriquece o debate e contribui para uma maior compreensão e empatia em relação a uma questão tão complexa e delicada. É fundamental que a produção cultural continue a abrir espaço para vozes diversas e que representem a multiplicidade de experiências em torno do aborto.