No entanto, mesmo com a subida das ações da Petrobras, isso não foi suficiente para impedir que o Ibovespa registrasse sua 11ª queda consecutiva, igualando as séries negativas de fevereiro de 1984 e junho de 1970.
Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou entre 116.033,15 e 117.697,25 pontos, encerrando o dia em baixa de 0,55% aos 116.171,42 pontos. Essa é a primeira vez em agosto que o índice não registra nenhum ganho diário. O valor negociado nesta terça-feira foi de R$ 26,6 bilhões.
No acumulado da semana, o Ibovespa registra uma queda de 1,60%, o que amplia as perdas do mês para 4,73% e limita o avanço do ano para 5,87%. No final de julho, o Ibovespa estava próximo dos 122 mil pontos e acumulava ganho de 11,13% no ano. No entanto, desde então houve uma aversão ao risco nos mercados internacionais, com a retração dos investidores estrangeiros.
Essa aversão ao risco foi impulsionada pela desaceleração econômica da China e pela incerteza em relação à política monetária nos Estados Unidos. Os dados econômicos da China indicaram uma produção industrial abaixo do esperado, o que gerou preocupação sobre a segunda maior economia mundial. Já nos Estados Unidos, houve uma queda nos índices de atividade industrial e vendas no varejo, o que alimenta a expectativa de um novo aumento nas taxas de juros pelo Federal Reserve.
Além desses fatores externos, os investidores também estão atentos às questões internas do Brasil. As declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionando o poder da Câmara dos Deputados, geraram algumas tensões e adiaram reuniões que discutiriam o arcabouço econômico do país.
Em relação ao mercado cambial, o dólar continuou em alta frente ao real, chegando próximo a R$ 5. Isso gerou uma queda nas ações das companhias aéreas, como Gol e Azul. No entanto, algumas ações tiveram um desempenho positivo, como Vibra, BRF e Natura.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o aumento nos preços dos combustíveis terá impacto na inflação, estimando um aumento de 0,40 ponto percentual no IPCA entre agosto e setembro. Ele também destacou que o Brasil está conseguindo controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.
Em resumo, o mercado brasileiro enfrenta um momento de instabilidade, influenciado por fatores externos, como a desaceleração na China e a política monetária nos Estados Unidos. Além disso, as questões internas, como as declarações do ministro da Fazenda, também geram incertezas. O dólar continua em alta e o Ibovespa acumula uma sequência de quedas, levando a uma queda no valor das ações e na confiança dos investidores.