Banco Central da Argentina lançará venda de dólares americanos nos mercados paralelos de câmbio para conter diferença entre taxas.

O Banco Central da Argentina anunciou que vai começar a vender dólares americanos nos mercados de câmbio paralelos do país a partir de segunda-feira (15), como parte de uma nova estratégia para conter a crescente disparidade entre a taxa de câmbio oficial e as taxas paralelas negociadas nos mercados financeiros. O ministro da Economia, Luis Caputo, chamou essa medida de “um aprofundamento do arcabouço monetário”, destacando a importância de controlar a desvalorização da moeda argentina.

Atualmente, a taxa oficial do peso argentino é de 919 por dólar, devido aos controles cambiais implementados pelo governo. No entanto, as taxas paralelas estão bem acima desse valor, com uma das principais taxas fechando em 1.405 por dólar na última sexta-feira. Essa diferença tem impactado a economia do país e contribuído para a alta inflação, que atingiu o índice anual de 272%.

Para compensar a emissão de pesos devido à compra de dólares à taxa oficial, o Banco Central venderá dólares no mercado paralelo de câmbio, conhecido como “contado con liquidacion”. Além disso, os bancos serão responsáveis por vender ao banco central suas opções de venda a partir de quarta-feira (17), representando outra fonte potencial de emissão monetária e um desafio para a retirada dos controles de capital.

Essas medidas, no entanto, têm gerado preocupações no mercado, especialmente em relação à sobrevalorização da taxa de câmbio oficial e à capacidade do banco central de acumular reservas estrangeiras. Os funcionários do governo estimam que o banco central pode perder US$ 3 bilhões em reservas no terceiro trimestre, impactando a capacidade do país de honrar compromissos financeiros futuros.

Em meio a essas incertezas, o presidente Javier Milei se comprometeu a continuar lutando contra a inflação, mantendo um equilíbrio fiscal e buscando soluções para a crise econômica. A intervenção no mercado cambial é vista como uma medida de curto prazo para estabilizar a economia, mas o país ainda enfrenta desafios significativos para superar a crise e restabelecer sua credibilidade no cenário internacional.

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