Segundo os autores, o sistema político brasileiro, com seus diversos freios e contrapesos, contribui para a manutenção da democracia. A Presidência, com poderes fortes, é contrastada por uma Câmara eleita por voto proporcional, o que gera um Legislativo fragmentado e favorece a busca por consensos. Esses elementos, juntamente com um Judiciário robusto, criam um ambiente propício para a negociação e impedem que um líder autoritário assuma o controle total.
Apesar do sistema político promover um governo mais lento e fragmentado, ele também impede que presidentes imponham suas agendas unilateralmente e os obriga a negociar com diferentes setores. Essa necessidade de consenso levou Bolsonaro a se aliar ao centrão para garantir sua governabilidade e evitar um possível impeachment.
No entanto, os autores foram criticados por afirmarem com veemência que a democracia brasileira não correu riscos. Alguns argumentam que o acaso poderia ter desempenhado um papel crucial, e se Bolsonaro tivesse obtido o apoio de mais generais, a história poderia ter tomado outro rumo.
Em resumo, a democracia brasileira permanece de pé devido à sua estrutura institucional complexa, que impede a concentração excessiva de poder e incentiva a negociação e o consenso. O centrão, apesar de sua natureza controversa, desempenha um papel fundamental na preservação do sistema democrático no Brasil.