Entretanto, a vida reservava para Diná uma segunda virada, marcada pela entrada no mundo da cultura e do teatro. Nos anos 1960, em meio à efervescência cultural brasileira, ela conseguiu emprego como bilheteira nos festivais de música popular da TV Record, o que a aproximou do universo artístico. Mais tarde, durante 26 anos, vendendo ingressos para peças no Cultura Artística, em São Paulo, ela se tornou parte do cenário teatral da cidade, cultivando amizades com renomados artistas.
Aos poucos, ela descobriu novos laços familiares e origens surpreendentes, como ser filha de uma mãe chilena e pai húngaro, e ter oito irmãos negros residentes em Itaquera. Sua vida foi marcada por momentos de diversão e irreverência, como as saídas com o companheiro Nilmar e as brincadeiras com garçons que entregavam guaraná quando ela pedia cerveja.
A jornalista Tatiana, filha de Diná, investigou a história da família e descobriu detalhes emocionantes sobre a fuga da avó da violência do avô, revelando um passado marcado por segredos e superações. No final de sua vida, Diná deixou um legado de superação e busca pelas origens, sendo lembrada não apenas por sua longa carreira como bilheteira, mas também pelo encontro de suas raízes e pela construção de uma família. Seu falecimento, aos 87 anos, deixa saudades, mas seu legado de força e determinação permanecerá vivo nas memórias daqueles que a conheceram.