Votação do PL 1847/2024 para desoneração das folhas de pagamento é adiada devido a desacordo entre governo e Senado

A votação do PL 1847/2024, que trata da compensação na desoneração das folhas de pagamento, era aguardada para a última quarta-feira (10), porém, surpreendentemente, nem sequer foi mencionada na sessão plenária, devido às discordâncias entre governo e Senado. O impasse gira em torno da manutenção do benefício para que as empresas não voltem a pagar 20% de imposto sobre o salário dos funcionários. Uma nova data para a votação está marcada para a próxima quarta-feira (17), considerando um pedido de prorrogação do prazo feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que se encerra no dia 19.

O projeto em questão estabelece a manutenção da desoneração total neste ano e a implementação de uma reoneração gradual sobre a folha de pagamento de 2025 a 2027. O principal obstáculo reside no cálculo do impacto das medidas propostas pelos senadores para compensar a desoneração. O governo estima que o montante sugerido alcance R$17 bilhões, porém o Ministério da Fazenda e a Receita Federal consideram o valor insuficiente, uma vez que o impacto da desoneração chega a R$26 bilhões em 2024.

Uma das sugestões do governo foi o aumento de um ponto percentual na alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), mas a proposta não foi respaldada pelo Senado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou a importância de firmar acordos para a implementação da reoneração gradual ao longo do tempo e adotar programas suficientes para compensar a desoneração.

Diversas propostas foram apresentadas pelos senadores para compensar a desoneração, incluindo a abertura de um novo prazo para repatriação de recursos no exterior e a taxação de compras internacionais. Contudo, o governo ainda não considera as medidas suficientes. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), propôs aumentar a alíquota da CSLL apenas para os bancos como uma alternativa viável.

A conclusão do relatório do relator da proposta, Jaques Wagner (PT-BA), ainda é aguardada. Cabe ressaltar que, mesmo em caso de aprovação na próxima semana, o projeto ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados. A oposição e o governo continuam em negociações para encontrar um consenso e solucionar o impasse em relação à compensação da desoneração das folhas de pagamento.

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