Entre os motivos citados para o afastamento das notícias estão o caráter “chato”, repetitivo e negativo das informações veiculadas, o que pode gerar sensações de impotência e ansiedade na audiência. Estudiosos, como o professor Benjamin Toff, da Universidade de Minnesota, reconhecem essa tendência e alertam para a importância de reverter esse cenário.
Toff coescreveu o livro “Evitando as Notícias” junto com Ruth Palmer e Rasmus Kleis Nielsen, baseando-se em dados e entrevistas realizadas com residentes dos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha que também evitam consumir conteúdo jornalístico. Segundo os autores, os grupos mais propensos a ignorar notícias são os mais jovens, as mulheres e as classes mais vulneráveis.
Para reverter essa tendência, eles propõem ideias como tornar as informações mais acessíveis e inteligíveis, considerar a diversidade de identidades, criar novas formas de divulgação de conteúdo, investir em literacia midiática e formar coalizões entre os veículos de imprensa. Além disso, é fundamental o envolvimento do poder público e dos sistemas de ensino na promoção de habilidades midiáticas e informacionais desde a infância, preparando as novas gerações para entender a importância do jornalismo na democracia.
Portanto, educar para o consumo consciente de notícias desde cedo é essencial para formar cidadãos críticos e informados, capazes de discernir entre informações confiáveis e conteúdos sensacionalistas. A valorização do jornalismo nas escolas é uma peça-chave para garantir uma sociedade bem informada e ativa na construção de uma democracia saudável.