Nascida em uma pequena aldeia com cerca de 150 habitantes, Wissal teria seguido o exemplo de sua mãe, Rafida, e de sua avó e bisavó. Sua trajetória incluiria frequentar a escola da aldeia a partir dos seis anos, onde aprenderia árabe, a segunda língua oficial do país. Além disso, ela também aprenderia francês, herança da colonização francesa no passado.
Aos 12 anos, Wissal passaria para a escola de Ouirgane, a seis quilômetros de sua aldeia. Antigamente, essa jornada seria difícil, pois só era possível ir a pé ou de mula. No entanto, há 16 anos uma estrada de terra foi construída, facilitando o acesso dos moradores locais.
Na aldeia, a menina ajudaria seus pais nos afazeres diários, como cuidar dos animais, colher alimentos e acompanhar a mãe nas tarefas do dia a dia. Além disso, ela frequentaria a mesquita da aldeia, onde aprenderia os princípios do Islã.
Quando chegasse à juventude, Wissal teria a oportunidade de buscar uma educação superior na cidade grande, desde que seus pais tivessem condições financeiras para sustentá-la por mais alguns anos. Caso permanecesse na aldeia, ela se casaria e começaria sua própria família. O pretendente precisaria organizar uma festa de noivado, onde todos os parentes seriam convidados para celebrar a união.
Juntos, Wissal e seu marido construiriam sua própria casa, utilizando técnicas tradicionais de construção com tijolos de barro e pedras. O casal teria três ou quatro filhos, e a vida seria dedicada às tarefas domésticas e ao cuidado da família.
No entanto, essa é apenas uma suposição do que a vida de Wissal poderia ter sido. Infelizmente, a morte traz consigo não apenas a perda do presente, mas também a perda de todas as possibilidades futuras. A tragédia do terremoto privou Wissal de uma vida que poderia ter sido dura, mas cheia de momentos de felicidade nas montanhas do Marrocos.