O relatório da investigação da PF aponta que Vieira Gomes realmente acionou servidores da Receita Federal para levantar informações sobre a apreensão das joias solicitadas por Bolsonaro. Em um dos depoimentos, Vieira Gomes afirmou que Bolsonaro perguntou se ele tinha conhecimento sobre a apreensão decorrente de uma viagem para a Arábia Saudita. Vieira Gomes respondeu que iria pesquisar, o que mostra um envolvimento direto do ex-presidente no caso.
Além do ex-secretário da Receita Federal e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, outras 11 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no âmbito desta investigação. De acordo com as informações divulgadas, a intenção era “recuperar os bens” que foram retidos durante o episódio das joias sauditas.
As defesas de Jair Bolsonaro e de Julio Cesar Vieira Gomes possuem versões diferentes sobre o caso. Enquanto os advogados de Bolsonaro afirmam que os presentes recebidos pelo ex-presidente seguiram um protocolo rigoroso, a defesa de Vieira Gomes alega que as conclusões do inquérito da PF são tecnicamente equivocadas.
Esse desdobramento do caso das joias sauditas levanta questionamentos sobre a conduta do ex-presidente Bolsonaro e a sua possível interferência em assuntos que não estavam dentro de sua alçada enquanto chefe do Executivo. A apuração da Polícia Federal seguirá em curso para esclarecer todas as circunstâncias envolvendo essa polêmica que ganhou destaque nos últimos meses.