Revolução Constitucionalista de 1932: 92 anos de um marco histórico na luta por direitos e autonomia de São Paulo

No dia 9 de julho de 1932, um conflito armado marcava o início da Revolução Constitucionalista, um dos episódios mais marcantes da história do estado de São Paulo. O objetivo central era derrubar o governo de Getúlio Vargas, que havia assumido a presidência do governo provisório nacional após a Revolução de 1930. Essa revolta foi motivada não apenas pela insatisfação com o governo vigente, mas também pela ruptura da política do ‘café com leite’, que alternava o poder entre as elites de Minas Gerais e São Paulo durante a República Velha.

A data de 9 de julho se tornou feriado estadual em 1997, revelando a importância desse momento na memória e na identidade paulista. O conflito armado se iniciou após uma série de manifestações populares e culminou na rendição dos paulistas em outubro do mesmo ano. As batalhas se desenrolaram em diversas frentes, envolvendo cerca de 50 mil homens do lado paulista e aproximadamente 100 mil do lado federal, que contava com um exército melhor equipado.

Além das questões políticas e militares, a Revolução Constitucionalista de 1932 também teve um forte componente simbólico e histórico. A morte de quatro estudantes em uma manifestação na Praça da República, que passaram a ser conhecidos como mártires do movimento, e a criação da sigla MMDC em homenagem a eles, marcaram a mobilização popular.

O historiador Francisco Quartim de Moraes traz algumas reflexões sobre as motivações e os desdobramentos desse episódio histórico. Segundo ele, a revolta paulista buscava não apenas a retomada do poder político, mas também expressava o temor diante de possíveis mudanças sociais mais radicais. A luta pela reconstitucionalização do país e pela federalização garantida pela constituição de 1891 também se destacaram como pontos-chave nesse movimento.

Apesar das polêmicas e interpretações divergentes, a Revolução Constitucionalista de 1932 deixou um legado de identidade e orgulho para o povo paulista, reforçando a paulistaneidade e a memória da resistência contra um governo centralizador. A data de 9 de julho continua sendo celebrada e reverenciada como um marco na história do estado de São Paulo.

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