Brasil negocia compra direta de gás natural da Bolívia sem intermédio da Petrobras, com redução de até 40% no preço

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou hoje uma reunião com representantes do governo da Bolívia para discutir a possibilidade de compra direta de gás natural produzido no país vizinho, sem a intermediação da Petrobras. A comitiva liderada pelo ministro Alexandre Silveira e representantes da indústria brasileira esteve em Santa Cruz de Laa Sierra, cidade boliviana, para tratar deste assunto.

A venda do gás boliviano no Brasil é atualmente intermediada pela Petrobras, mas a demanda pela compra direta vem sendo discutida desde a década de 90. A expectativa é que, com essa mudança, o preço do gás possa ser reduzido, chegando a uma diminuição de cerca de 40% no custo de importação.

A reunião desta terça-feira contou com a presença de representantes da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), responsável pela comercialização de gás e petróleo na Bolívia, e de diversos setores da indústria brasileira, como Abrace, Abividro, Abiquim, Abceram e Fiesp. O ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina Ortiz, também esteve presente no encontro.

Por outro lado, o MME também realizou uma reunião com representantes dos Países Baixos para discutir possíveis colaborações no uso de combustível sustentável de aviação e na área de hidrogênio com baixa emissão de carbono. O Brasil tem um projeto de lei em tramitação no Senado Federal, o PL 528/2020, que trata da produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e que prevê a criação do Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV).

Embora não tenha sido anunciada uma decisão definitiva sobre a compra direta do gás boliviano, o MME destacou os avanços nas discussões e o interesse em futuras colaborações com os Países Baixos no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a aviação. A reunião de cúpula do Mercosul, realizada em Assunção, formalizou a entrada da Bolívia no bloco e pode representar novas oportunidades de negócios e cooperação energética na região.

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