As pesquisas de boca de urna foram divulgadas em Paris às 20h (15h de Brasília), após um pleito marcado não apenas pela inesperada ascensão da ultradireita, mas também por um forte comparecimento às urnas, atingindo 67%, o maior desde 1981. O receio de tumultos também marcou o cenário eleitoral.
O instituto Ipsos apontou que a NFP conquistou até 192 assentos, seguida pela coalizão de centro-direita Juntos, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, com até 170 cadeiras, e pela anteriormente favorita Reunião Nacional (RN), de ultradireita, com até 152 deputados. Esses números representam uma mudança significativa em relação à composição anterior do parlamento.
Em meio a esse cenário, Macron pediu prudência e destacou que sua aliança de centro-direita ainda está ativa, apesar dos resultados. Por sua vez, Jean-Luc Mélenchon, líder de esquerda adversário de Macron, comemorou a vitória de sua coalizão e afirmou a necessidade de que a esquerda governe o país.
Jordan Bardella, líder da ultradireita, criticou a possibilidade de uma aliança entre a NFP e o Juntos, chamando-a de “aliança da desonra”. Enquanto isso, Gérald Darmanin, ministro do Interior e aliado de Macron, contestou as declarações de Mélenchon e destacou a indefinição sobre o vencedor da eleição.
Diante desse novo panorama no Parlamento francês, Raphael Glucksmann, líder da centro-esquerda, ressaltou a necessidade de diálogo e discussões para lidar com a nova divisão de poder. Assim, a política francesa passa por um momento de transformação e adaptação diante de resultados inesperados e desafiadores.