Médicos austríacos foram enviados para investigar essas mortes e seus relatórios detalhados chamaram a atenção da imprensa e dos meios acadêmicos. Foi então que a palavra “vampiro” apareceu pela primeira vez em um jornal austríaco em 1725, após os incidentes em Kisiljevo e Medveda.
Em Kisiljevo, no ano de 1725, nove pessoas faleceram em apenas dois dias, mencionando um vizinho já falecido, Petar Blagojevic, como o responsável por suas mortes. O corpo bem preservado de Blagojevic foi encontrado e associado a práticas demoníacas pelos moradores locais e autoridades austríacas.
Em Medveda, em 1732, 17 pessoas morreram em condições semelhantes, levando à exumação de corpos e à descoberta de um mercenário que foi considerado um vampiro. Os relatos de sangue fresco escorrendo de seus olhos, boca, nariz e ouvidos corroboraram a crença de que ele se alimentava das vítimas.
Apesar dos relatos e do medo generalizado, alguns estudiosos contemporâneos acreditam que essas mortes podem ter sido causadas por epidemias de antraz ou pneumonia, com os relatos de vampiros sendo interpretações dos médicos austríacos da época.
O medo e a crença em vampiros persistiram na região por muitos anos, levando os moradores a adotarem medidas para se protegerem, como colocar espinhos nas janelas e portas. A saga dos vampiros na Sérvia do século 18 reflete um período de conflitos e tensões na região, com os mitos e lendas se misturando à realidade.
Esses eventos serviram como base para o surgimento do conceito moderno de vampiros, que posteriormente se transformaram em figuras icônicas da literatura e do cinema, como “Drácula” de Bram Stoker. A história dos vampiros na Sérvia é um exemplo fascinante de como lendas antigas podem influenciar a cultura popular e serem reinterpretadas ao longo dos séculos.
