Marília Alencar, que também foi subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal durante a gestão de Anderson Torres, foi convocada para prestar depoimento sobre um relatório que apontava as cidades nordestinas onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria vencido o primeiro turno das eleições. Além disso, ela é investigada por omissão enquanto ocupava o cargo na subsecretaria de Inteligência do DF.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, destacou que, durante sua atuação no Governo do Distrito Federal, Marília Alencar demorou para mobilizar equipes policiais para a proteção das sedes dos Três Poderes. Gama argumentou que a ex-diretora só enviou uma mensagem à equipe após as 15h, mais de meia hora depois do início dos atos de vandalismo.
A decisão de Nunes Marques, que permite a ausência de Marília Alencar, levou o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, a preparar um recurso para que essa decisão seja avaliada pelo pleno do STF. Maia considerou lamentável que uma decisão monocrática do STF tenha gerado essa situação e ressaltou a importância de equilíbrio entre os Poderes, afirmando que a posição isolada de um ministro não pode sobrepor a decisão unânime de uma comissão com poder investigativo.
Além disso, Maia questionou a falta de isonomia de direitos praticada pelo STF, ao mencionar que pedidos semelhantes já foram negados em outras situações por outros ministros. Para o presidente da CPMI, é preocupante que um mesmo pedido seja negado a uma pessoa e concedido a outra, demonstrando a falta de equilíbrio e isonomia de direitos por parte do STF.
Enquanto ocorriam as discussões sobre a presença de Marília Alencar na CPMI, a cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcela da Silva Morais Pinno, estava sendo ouvida pela comissão. Ela atuou na repressão dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes e foi agredida pelos vândalos durante a invasão aos prédios públicos.
Durante a fala inicial da CPMI, o presidente Arthur Maia também mencionou o caso do fotógrafo Lula Marques, da Agência Brasil, que foi descredenciado e expulso da sala da comissão em agosto. Segundo Maia, o fotógrafo teria descumprido a Lei Geral de Proteção de Dados ao publicar conversas do senador Jorge Seif com uma jornalista. No entanto, a decisão da CPMI foi suspensa posteriormente pelo ministro Luiz Fux, do STF.
Arthur Maia reiterou que a expulsão do fotógrafo representou uma violação da privacidade e ressaltou que ele é bem-vindo de volta à CPMI para cumprir o seu papel de jornalista.
A CPMI continua seus trabalhos com o objetivo de investigar os atos de violência ocorridos em 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, buscando esclarecer as responsabilidades e garantir que esse tipo de situação não se repita no futuro.