O relatório apontou que a maioria dos focos de incêndio teve origem em propriedades rurais, sendo nove locais próximos a rios navegáveis, três próximos a estradas vicinais e três em divisas de imóveis. Esses pontos iniciais de fogo resultaram em 14 grandes incêndios que queimaram uma área equivalente a quase duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo, atingindo 177 propriedades rurais, a Terra Indígena Kadiwéu e três Unidades de Conservação, além de território boliviano.
O promotor de Justiça do Núcleo Ambiental do MP-MS, Luciano Loubet, afirmou que o monitoramento dos incêndios teve início a partir da identificação dos primeiros focos de fogo, sendo acompanhados diariamente. Ele ressaltou a importância de responsabilizar os autores desses incêndios, especialmente aqueles que ocorreram em áreas de grande importância ecológica.
Loubet destacou que o desafio é comprovar se a causa dos incêndios foi proposital ou culposa, para gerar responsabilidades nas esferas administrativa, cível e criminal. Apenas um caso teve boletim de ocorrência registrado, no qual um fazendeiro alega que um capataz de outra fazenda ateou fogo durante o manejo de uma colmeia.
O Pantanal vem sofrendo com queimadas históricas, com um aumento absurdo de mais de 2.000% nos focos de incêndio em comparação com o ano anterior. A área consumida pelo fogo em 2024 já ultrapassou a registrada no mesmo período em 2020, quando cerca de um terço do bioma foi devastado. A situação é preocupante e exige ações urgentes das autoridades competentes.