A bactéria wolbachia, presente em 60% dos insetos da natureza e inofensiva aos seres humanos, impede que os vírus se desenvolvam nos mosquitos, contribuindo para a redução das doenças transmitidas por eles. Os mosquitos infectados serão liberados em Joinville e se reproduzirão com os Aedes aegypti locais, estabelecendo assim uma nova população de mosquitos que não transmitem as doenças.
O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, ressaltou a eficácia do método wolbachia em outras cidades onde foi implantado, como Niterói, Petrolina, Campo Grande e Belo Horizonte, que apresentaram redução significativa nos casos de dengue. O projeto também está em fase de engajamento em cidades como Londrina e Foz do Iguaçu, e tem planos de expansão para outras localidades no Brasil.
Desenvolvido na Austrália, o método de controle das arboviroses já está presente em mais de 20 cidades de 14 países, com resultados positivos no controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Na Austrália, por exemplo, houve uma redução de 96% nos casos de dengue após a implementação do método.
A iniciativa em Joinville representa mais um passo importante no combate às arboviroses e na busca por estratégias inovadoras para controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e as doenças por ele transmitidas. Com a implementação dos mosquitos Wolbitos, a cidade espera alcançar um impacto positivo na saúde pública e na qualidade de vida da população.