Em meio à expectativa da conquista do tetracampeonato pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, os brasileiros também depositavam suas esperanças no sucesso do Plano Real em vencer a inflação, que corroía o poder de compra dos cidadãos. Com a criação da nova moeda, o Real, o governo buscava estabilizar os preços e restabelecer a confiança no mercado.
Antes do Real, o Brasil enfrentou diversos planos econômicos falhos, como o Plano Cruzado anunciado em 1986, que resultou em congelamento de preços e escassez de produtos nos mercados. Com o fracasso dessas medidas, a equipe de economistas responsável pelo Plano Real optou por uma abordagem gradual e estratégica, que envolveu cortes de gastos públicos, aumento de impostos e privatização de estatais.
Diferente do Plano Cruzado, o sucesso do Plano Real possibilitou a eleição de Fernando Henrique Cardoso como presidente da República em 1995. Em seu discurso de despedida do Senado, FHC enfatizou a importância das reformas administrativa e previdenciária para a consolidação do plano, visando o crescimento econômico e a estabilidade financeira.
Após a implementação do Plano Real, a inflação no Brasil se manteve sob controle, com índices relativamente baixos. Desde 1996, raramente o IPCA ultrapassou a casa dos 10% ao ano, demonstrando os impactos positivos da estabilização da moeda.
Com a valorização do Real e a abertura da economia, o Brasil enfrentou alguns desafios, como a queda na produção nacional e o aumento do desemprego. Críticos apontaram os efeitos negativos da recessão, mas, no geral, o Plano Real representou um marco na história econômica do país, contribuindo para a retomada do crescimento e a confiança dos investidores.