Os resíduos orgânicos, compostos por restos de alimentos e plantas, são os principais emissores desse gás quando entram em decomposição em aterros e lixões. Isso cria uma ligação direta entre o descarte doméstico de orgânicos e o aumento da temperatura global que tem sido observado. No entanto, é possível reciclar esses resíduos, o que requer mudanças de hábitos dos consumidores e investimentos em infraestrutura para a coleta e compostagem.
No Brasil, os resíduos orgânicos representam quase metade do total de resíduos sólidos urbanos produzidos, chegando a 80 milhões de toneladas por ano. Em comparação com outros países, essa proporção varia de acordo com a renda dos indivíduos, sendo mais alta em locais com menor poder aquisitivo. A separação correta dos resíduos em casa é fundamental, com destaque para os orgânicos, recicláveis secos e rejeitos, para garantir a reciclagem adequada.
Alternativas ao aterro, como a compostagem e a biodigestão anaeróbica, são essenciais para lidar com os resíduos orgânicos. A compostagem produz composto orgânico e fertilizantes ricos em nutrientes, enquanto a biodigestão gera biogás a partir do metano capturado. No Brasil, há um grande potencial para a utilização desses fertilizantes naturais no agronegócio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos importados.
Países ao redor do mundo estão adotando medidas para lidar com os resíduos orgânicos, como a obrigatoriedade da compostagem na França e a implementação de sistemas de coleta específicos em locais como Itália, Chile e Filipinas. No Brasil, cidades como Florianópolis já estão se estruturando para a compostagem de parte de seus resíduos orgânicos. É fundamental que a conscientização e ações práticas relacionadas à reciclagem de resíduos orgânicos sejam incentivadas em todo o país para combater as emissões de metano e contribuir com a redução do aquecimento global.